Falei com o Gabs hoje e ele foi só um fofo. Eu o amo muito, muito mesmo.
Mas ainda assim, falando com ele e ele me acalmando, decidi escrever aqui sobre isso.
Porque acho que preciso mesmo escrever um pouco. E isso é um bom assunto a tratar.
Esse fim de semestre está bastante cheio. Quem viu minha agenda sabe: Prazos de entrega a torto e a direito, seminários, relatórios, provas; a copa se aproximando para levar o Brasil ao caos; meu medo de palco me fazendo tremer pelas apresentações; tenho que ir ao médico e tudo mais...
Obrigada mesmo ao C. por estar me ajudando a manter minha cabeça no jogo. Sem você eu provavelmente teria desistido, ou só entrado em desespero.
Agradeço à ele, também, por ter me feito pensar sobre mim e minhas virtudes e prioridades.
Minha maior prioridade atualmente é minha mãe. Mesmo que ela não sinta isso.
Eu quero que ela fique bem e se recupere e eu tenho a alta impressão de que ficar longe dela é necessário nesse momento. Sei que ela está se sentindo um tanto só. Eu também sinto falta da minha família, dela e do meu pai. Mas acredito ser só uma fase, e vamos nos reencontrar. Faço questão disso.
Já a minha maior virtude, segundo eu mesma, é minha fidelidade e esforço absoluto para que meus amigos fiquem bem.
E isso pode me machucar as vezes, mas eu não ligo. Meus amigos valem a pena e eu acredito que posso ajudá-los.
E depois de muito papo sobre prioridades, virtudes, medos, tralalá, chegamos na faculdade:
A USP é uma prioridade minha?
não.
O Gabs me perguntou hoje se a USP era o que eu queria, ou o que eu precisava.
Dai eu acho que mais preciso do que quero.
Na verdade eu quero férias.
E na verdade eu acho que uma mês (Julho teórico) não vai dar como férias.
E ao mesmo tempo, um semestre inteiro de férias vai me fazer mais mal do que bem.
E ao mesmo tempo, eu quero não me importar.
E ao mesmo tempo, meu pai iria querer que eu me formasse.
E ao mesmo tempo, eu acho importante ter um diploma universitário.
E a pergunta mágico e maldita: "Aonde eu me enxergo daqui 10 anos?"
Sabe que eu não sei?
Vou estar trabalhando e provavelmente terei uma casa.
MAS: trabalhando em que; trabalhando de que; trabalhando aonde; recebendo quanto; trabalhando para quem; morando sozinha ou morando com alguém; morando aonde; casa ou apartamento; comprado ou alugado?
Todas são perguntas misteriosas. E sem resposta.
Nem sei se quero oceanografia.
E se eu quiser oceanografia, nem sei qual área.
E se eu souber qual área, nem sei se quero seguir com pesquisa ou carreira acadêmica.
E se eu souber qual deles, nem sei se isso vai me deixar orgulhosa de mim mesma pela decisão, ou se vai me deixar miserável por não ter tomado a decisão correta.
Não sei se vocês já viram esse video.
O Aquaman me mostrou essa semana. É uma palestra do TED de um cara chamado Barry Schwarts, falando sobre o Paradoxo da Escolha. Ele diz que o fato de termos escolhas demais nos agride e nos paralisa.
Porque a culpa, caso a decisão não seja perfeita, cai sobre nós. E como há muitas escolhas, você não tem desculpa caso erre a resposta perfeita. Afinal, ela era uma das opções, certo? E no fim, mesmo tendo sido uma boa escolha, você fica deprimido com ela, pois não é perfeita. É um jogo de expectativas e realidade. (isso é um resumo da palestra.)
Então, talvez eu só esteja com "preguiça", ou "adiando para amanhã", porque estou com medo de tomar a decisão errada.
"Mas Hita, não existe decisão errada!"
Aham.
Sei.
Ainda assim, não é sobre isso. Mesmo que seja um decisão errada, quantos anos vou perder para me tocar disso? Mesmo que seja uma decisão correta, com o que eu vou comparar para saber disso?
"Mas Hita, isso é a vida!"
A vida é confusa e complicada. Sim.
A vida exige muitas escolhas. Sim.
Sei disso. Ainda assim fico confusa e duvido de minhas escolhas. Quem nunca?
Eu só quis escrever sobre elas.
Boa tarde a todos e uma boa abertura de copa/dia dos namorados/ festa junina para vocês.
Posso dizer que já fiz escolhas, já me dei mal com a minha escolha acadêmica (que tava certa mas que não me deu nenhum horizonte de verdade), e aí eu tô chegando perto do final da minha segunda escolha e não sei se essa vai dar certo também, mas acho que vai.
ResponderExcluirE que até hoje fico confusa. Só que de uma forma mais calma. Isso também vem depois de um tempo - você se confunde e fica com medo, mas esse medo tem outra dimensão. E você passou por coisas demais ultimamente e isso influencia. Mas você já sabe disso =)
Por fim, saudadinhas de tu =) Beijocas.
De fato, não acertar não é um erro, mas a hora que nos tocarmos disso estaremos mais próximos do nirvana do que qualquer um nos últimos 2k anos. Me sinto idiota por ser imbecil e saber de meus problemas e não poder fazer nada, mas ao mesmo tempo vejo os outros que passam pela mesma situação e acho extremamente válido. Talvez, não, certamente isto tem a ver com a minha maldita auto cobrança, mas anyway, será que se não nos cobrarmos de fazer, ter, sentir e ser o que foi incumbido em nossas inocentes cabeças de oq seria necessário para sermos felizes tudo não daria mais certo? Se pá da na mesma... Atualmente sinto necessidade de ir embora e nunca mais voltar. Mas não há como fazer isto sem machucar alguém. Bem, ignore tudo isso, ao fim vejo que tanto faz se não tenho maturidade ainda para entender a vida.
ResponderExcluirpassei pra dizer que te amo!
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